"Eu queria fazer um livro não da vida como ela é, mas como eu queria que ela fosse. Um livro para a gente pegar e ler quando quisesse esquecer a vida real... Eu entendo a Arte como sendo uma errata da vida. A página tal, onde se lê isto, leia-se aquilo..."

Erico Verissimo, em "Um Lugar ao Sol".

terça-feira, 31 de maio de 2011

Conheça o Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV)

Construído entre os anos de 1926 e 1928 pelo engenheiro Adolfo Stern, e inaugurado em 30 de abril de 1929, recebeu a inscrição Força & Luz na fachada. Ao todo, são 2.775 m² de área construída em plena rua dos Andradas, região central de Porto Alegre.

Entre 1916 e 1927 fora sede do famoso Clube dos Caçadores, ponto de encontro obrigatório de políticos e intelectuais, com entrada, porém pela Rua Andrade Neves. Por ser utilizado nesse período também como casa de jogos, foi cognominado “Palácio das Lágrimas”, devido ao choro dos apostadores que perdiam seu dinheiro no clube.

Em estilo eclético, mas com influência francesa do início do século XX, o edifício foi tombado em 1994 pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do RS.

Nestes 74 anos de vida, um incontável número de reformas descaracterizaram o interior da obra. Apenas o 5º e o 6º andar preservaram o traçado original, já que as pequenas salas foram destinadas à administração do Centro Cultural.

Alguns detalhes enriquecem ainda mais o prédio, como os gradis de ferro nas sacadas em estilo art-noveaux e o mármore de Carrara, que reveste as escadas e o saguão de entrada.
A reciclagem do edifício, integralmente patrocinada pela CEEE, através da Lei de Incentivo à Cultura, custou R$ 4,4 milhões e durou 2 anos.

Tendo o arquiteto Flávio Kiefer como responsável, a obra proporciona acessibilidade universal aos usuários. Quatro plataformas elevatórias e um elevador portátil garantem liberdade a cadeirantes e pessoas portadoras de deficiência.

A segurança também foi priorizada pelo arquiteto, que garantiu um sistema integrado de prevenção a incêndios, com sprinklers, escadas internas pressurizadas e saída de emergência para a rua dos Andradas, através de um túnel que atravessa o prédio.
 

Além deste itens, o espaço foi totalmente climatizado nos seis andares e possui geradores de energia próprios, garantindo mais segurança e tranquilidade em todos os eventos.

O Centro Cultural CEEE Erico Verissimo é mantido e gerenciado pela Companhia Estadual de Distribuição de Energia Elétrica - CEEE-D. 

O Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul, órgão cultural da CEEE, que neste ano comemora seu 30º aniversário, sendo pioneiro no setor, também possui espaço nobre no Centro Cultural. Reformulado, o museu tornou-se mais interativo, oferecendo experimentos que instigam a participação do público.

Ao todo, são seis andares de pura cultura e energia:

1º andar: Sala O Arquipélago, Espaço Institucional e Café Monjolo (mezanino)

2º andar: Sala Noé de Mello Freitas, Museu da Eletricidade do Rio Grande do Sul, Sala de Pesquisa e Projeção e Sala O Tempo e a Energia

3° andar: Memorial Erico Verissimo

4º andar: Auditório Barbosa Lessa e Sala O Retrato (de exposições)

5º andar:  Administração

6º andar: Biblioteca O Continente (UERGS-CCCEV) e salas da administração


EQUIPE

Regina Leitão Ungaretti - Coordenadora Geral
coordenacao@cccev.com.br

Sabrina Lindemann - Coordenadora de Atividades Culturais
cultural@cccev.com.br

Cláudia Sommer - Coordenadora do Museu da Eletricidade
museu@ceee.com.br

DIVULGAÇÃO
Paulo Camargo - Jornalista
imprensa@cccev.com.br

Fonte: Site Centro Cultural CEEE Erico Verissimo

Centro Cultural CEEE Erico Verissimo apresenta espetáculo Quarta tem Sarau no Quarto

O Centro Cultural CEEE Erico Verissimo (CCCEV) instituiu o evento Quarta tem Sarau no Quarto, que tem a proposta de realizar todas as quartas-feiras, às 19h, momentos de poesia. A iniciativa é aberta ao público em geral e a entrada é franca.
Nesta quarta-feira (1º), ocorre o Sarau Quarta a Quatro, com Benedito Saldanha, Angélica Rizzi, Renato de Mattos Motta e Cristina Macedo. Posteriormente, no mês de junho, os poetas farão apresentações individuais: Benedito Sarau com Ritmo (dia 08); Angélica - Poetas Iluminadas (dia 15); Renato - Meus Poemas Sou Eu Escrito (dia 22); Cristina - Aos Mestres com Carinho (dia 29), sempre às 19h. O CCCEV está localizado na Rua dos Andradas, 1223, Centro Histórico de Porto Alegre. Informações pelo telefone 3226.7974. 

Fonte: SiteJusBrasil

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Parceria

Quem tiver sugestões, dúvidas, resenhas, notícias, trabalhos, etc. e queira compartilhar conosco, é só enviar um e-mail para:
ricardo.cardoso@edu.uniso.br

A internet e os escritores

Hoje, a internet é o meio de comunicação e entretenimento mais utilizado pelas pessoas e esse fato tende a se consolidar cada vez mais. Ela facilita o acesso dessas pessoas a informações sobre qualquer assunto e é muito prática, pois basta um clic do mouse para se encontrar todos os sites relacionados com o que você procura.
Isso deve ser aproveitado para a divulgação da Literatura com os sites dedicados aos nossos escritores, mas não são muitos os endereços que estão à altura de nossos mestres. Exemplo disso são os sites de Érico Veríssimo e Mario Quintana, que foram uma bela iniciativa do Governo do Estado do Rio Grande do Sul em homenagem ao centenário de nascimento desses escritores, mas não foram mais atualizados com novos conteúdos e ficaram um pouco aquém em relação à vastidão do universo de genialidade desses dois gaúchos, além dos escritores que nem endereços eletrônicos têm e só podem ser representados pelos blogs, que são importantes, mas não tem todos os recursos de um site oficial.
Sites maravilhosos como o da Fundação Jorge Amado e do poeta Vinicius de Moraes são exemplos de endereços que contam tudo sobre os escritores a quem são dedicados e conseguem passar para seus visitantes a dimensão de suas obras e despertar o interesse em conhecê-las. Por esses dois exemplos, pode-se concluir que nossos grandes Mestres da Literatura, suas memórias, vidas e obras ganham uma nova dimensão através da rede de internet e alcançam muito mais admiradores e amantes de nossas valiosas letras.

domingo, 29 de maio de 2011

Olhai os Lírios do Campo na lista dos livros fundamentais na opinião de jornalista



O jornal A Cidade entrevistou oito pessoas entre escritores, jornalistas, advogado, médico e o arcebispo de Ribeirão Preto que deram a lista dos livros fundamentais em suas opiniões.

Entre os livros citados está "Olhai os Lírios dos Campos", de Érico Veríssimo, indicado pelo jornalista Hamilton de Andrade Lemos, que disse que com esse livro ele aprendeu a dar valor às pequenas coisas. "Passei a enxergar que pequenas coisas são as mais importantes. Foi uma lição de vida".

Num apurado das indicações A Bíblia (cinco indicações) e o Alcorão (quatro) lideram a lista e estão entre as publicações que mudaram o mundo na opinião de oito entrevistados. Em seguida, um brasileiro e um alemão dividem o terceiro lugar, com três preferências: Machado de Assis ("Dom Casmurro") e Karl Marx ("O Capital"). "A República", de Platão, e "Dom Quixote", de Miguel Cervantes, receberam duas indicações. Foram lembrados também escritores como George Orwell, René Descartes, Confúcio, Charles Darwin, Ítalo Calvino, Júlio Cortàzar e Adolf Hitler ("Minha Luta").

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Biografia


Erico Lopes Verissimo nasceu em Cruz Alta (RS) no dia 17 de dezembro de 1905, filho de Sebastião Verissimo da Fonseca e Abegahy Lopes Verissimo.
Em 1909, com menos de 4 anos, vítima de meningite, agravada por uma broncopneumonia, quase vem a falecer. Salva-se graças à interferência do Dr. Olinto de Oliveira, renomado pediatra, que veio de Porto Alegre especialmente para cuidar de seu problema.

Inicia seus estudos em 1912, frequentando, simultaneamente, o Colégio Elementar Venâncio Aires, daquela cidade, e a Aula Mista Particular, da professora Margarida Pardelhas. Nas horas vagas vai o cinema Biógrafo Ideal ou vê passar o tempo na Farmácia Brasileira, de seu pai.

Aos 13 anos, lê autores nacionais — Coelho Neto, Aluísio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto e Afonso Arinos. Com tempo livre, tendo em vista o recesso escolar devido à gripe espanhola, dedica-se, também, aos autores estrangeiros, lendo Walter Scott, Tolstoi, Eça de Queirós, Émile Zola e Dostoievski.

Em 1920, vai estudar, em regime de internato, no Colégio Cruzeiro do Sul, de orientação protestante, localizado no bairro de Teresópolis, em Porto Alegre. Tem bom desempenho nas aulas de literatura, inglês, francês e no estudo da Bíblia.

Seus pais separam-se em dezembro de 1922. Vão — sua mãe, o irmão e a filha adotiva do casal, Maria, morar na casa da avó materna. Para ajudar no orçamento doméstico, torna-se balconista no armazém do tio Americano Lopes. Os tempos difíceis não o separam dos livros: lê Euclides da Cunha, faz traduções de trechos de escritores ingleses e franceses e começa a escrever, escondido, seus primeiros textos. Vai trabalhar no Banco Nacional do Comércio.

Continua devorando livros. Em 1923. Lê Monteiro Lobato, Oswald e Mário de Andrade. Incentivado pelo tio materno João Raymundo, dedica-se à leitura das obras de Stuart Mill, Nietzsche, Omar Khayyam, Ibsen, Verhaeren e Rabindranath Tagore.

No ano seguinte, a família da mãe muda-se para Porto Alegre, a fim de que seu irmão, Ênio, faça o ginásio no Colégio Cruzeiro do Sul. Infelizmente a mudança não dá certo. O autor, que havia conseguido um lugar na matriz do Banco do Comércio, tem problemas de saúde e perde o emprego. Após tratar-se, emprega-se numa seguradora mas, por problemas de relacionamento com seus superiores, passa por maus momentos. Morando num pequeno quarto de uma casa de cômodos e diante de tantos insucessos, a família resolve voltar a Cruz Alta.

Erico volta a trabalhar no Banco do Comércio, como chefe da Carteira de Descontos, em 1925. Toma gosto pela música lírica, que passa a ouvir na casa de seus tios Catarino e Maria Augusta. Seus primos, Adriana e Rafael, filhos do casal, seriam os primeiros a ler seus escritos.

Logo percebe que a vida de bancário não o satisfaz. Mesmo sem muita certeza de sucesso, aceita a proposta de Lotário Muller, amigo de seu pai, de tornar-se sócio da Pharmacia Central, naquela cidade, em 1926.

Em 1927, além dos afazeres de dono de botica, dá aulas particulares de literatura e inglês. Lê Oscar Wilde e Bernard Shaw. Começa a sedimentar seus conhecimentos da literatura mundial lendo, também, Anatole France, Katherine Mansfield, Margareth Kennedy, Francis James, Norman Douglas e muitos outros mais. Começa a namorar sua vizinha, Mafalda Halfen Volpe, de 15 anos.

O mensário “Cruz Alta em Revista” publica, em 1929, “Chico: um conto de Natal” que, por insistência do jornalista Prado Júnior, Erico havia consentido. O colega de boticário e escritor Manoelito de Ornellas envia ao editor da “Revista do Globo”, em Porto Alegre, os contos “Ladrão de gado” e “A tragédia dum homem gordo”, onde, aprovadas, foram publicadas.

Erico remete a De Souza Júnior, diretor do suplemento literário “Correio do Povo”, o conto “A lâmpada mágica”. Esse, segundo testemunhas, o publica sem ler, o que dá ao autor notoriedade no meio literário local.

Com a falência da farmácia, em 1930, o autor muda-se para Porto Alegre disposto a viver de seus escritos. Passa a conviver com escritores já renomados, como Mario Quintana, Augusto Meyer, Guilhermino César e outros. No final do ano é contratado para ocupar o cargo de secretário de redação da “Revista do Globo”, cargo que ocupa no início do ano seguinte.

Em 1931 casa-se, em Cruz Alta, com Mafalda Halfen Volpe. Lança sua primeira tradução, “O sineiro”, de Edgar Wallace, pela Seção Editora da Livraria do Globo. No mesmo ano traduz desse escritor “O círculo vermelho” e “A porta das sete chaves”. Colabora na página dominical dos jornais “Diário de Notícias” e “Correio do Povo”.

Em 1932, é promovido a Diretor da “Revista do Globo”, ocasião em que é convidado por Henrique Bertaso, gerente do departamento editorial da “Livraria do Globo”, a atuar naquela seção, indicando livros para tradução e publicação. Sua obra de estreia, “Fantoches”, uma coletânea de histórias em sua maior parte na forma de peças de teatro. Foram vendidos 400 exemplares dos 1.500 publicados. A sobra, um incêndio queimou.

Traduz, em 1933, “Contraponto”, de Aldous Huxley, que só seria editado em 1935. Seu primeiro romance, “Clarissa”, é lançado com tiragem de 7.000 exemplares.

Seu romance “Música ao longe” o faz ser agraciado com o Prêmio Machado de Assis, da Cia. Editora Nacional, em 1934. No ano seguinte, nasce sua filha Clarissa. Outro romance, “Caminhos cruzados”, recebe o PrêmioAldo Huxley, o que faz com que seja mal recebido pela direita e atice a curiosidade e a vigilância do Departamento de Ordem Política e Social do Rio Grande do Sul, que chegou a chamá-lo a depor, sob a acusação de comunismo. São publicados, ainda nesse ano, “Música ao longe” e “A vida de Joana d’Arc”. Realiza sua primeira viagem ao Rio de Janeiro (RJ), onde faz contato com Jorge Amado, Murilo Mendes, Augusto Frederico Schmidt, Carlos Drummond de Andrade, José Lins do Rego e outros mais. Seu pai falece.

Em 1936, publica seu primeiro livro infantil, “As aventuras do avião vermelho”. Lança, também, “Um lugar ao sol”. Cria o programa de auditório para crianças, “Clube dos três porquinhos”, na Rádio Farroupilha, a pedido de Arnaldo Balvé. Dessa ideia surge a “Coleção Nanquinote”, com os livros “Os três porquinhos pobres”, “Rosa Maria no castelo encantado” e “Meu ABC”. Lança a revista “A novela”, que oferecia textos canônicos ao lado de outros, de puro entretenimento. Nasce seu filho Luis Fernando. É eleito presidente da Associação Rio-Grandense de Imprensa.

O DIP - Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo, exige que o autor submeta previamente àquele órgão as histórias apresentadas no programa de rádio por ele criado, em 1937. Resistindo à censura prévia, encerra o programa. Outra reação ao nacionalismo ufanista da ditadura Vargas se faz sentir na versão para didática da história do Brasil em “As aventuras de Tibicuera”.

Um de seus maiores sucessos, “Olhai os lírios do campo”, é lançado em 1938. Publica, nesse mesmo ano, “O urso com música na barriga”, da “Coleção Nanquinote”.

Erico passa a dedicar a maior parte de seu tempo ao departamento editorial da Globo, em 1939. Em companhia de seus companheiros Henrique Barroso e Maurício Rosenblatt, é responsável pelo sucesso estrondoso de coleções como a Nobel” e da “Biblioteca dos Séculos”, nas quais eram encontrados traduções de textos de Virginia Wolf, Thomas Mann, Balzac e Proust. Mesmo assim, com todo esse trabalho, arranja tempo para lançar, ainda da série infantil, “A vida do elefante Basílio” e “Outra vez os três porquinhos”, e o livro de ficção científica “Viagem à aurora do mundo”.

Em 1940, lança “Saga”. Pronuncia conferências em São Paulo (SP). Traduz “Ratos e homens”, de John Steinbeck; “Adeus Mr. Chips” e “Não estamos sós”, de James Hilton; “Felicidade” e “O meu primeiro baile”, de Katherine Mansfield. Faz sua primeira noite de autógrafos na Livraria Saraiva.

Passa três meses nos Estados Unidos, a convite do Departamento de Estado americano, em 1941, proferindo conferências. As impressões dessa temporada estão em seu livro “Gato preto em campo de neve”. Ele e seu irmão Enio são testemunhas de um suicídio: uma mulher se atira do alto de um edifício quando conversavam na praça da Alfândega, em Porto Alegre. Esse acontecimento é aproveitado em seu livro “O resto é silêncio”.

A censura no estado novo continuava atenta. A Globo cria a Editora Meridiano, uma subsidiária secreta para lançar obras que pudessem desagradar ao governo. Essa editora publica “As mãos de meu filho”, reunião de contos e outros textos, em 1942.

No ano seguinte, publica “O resto é silêncio”, livro que merece críticas pesadas do clero local. Temendo que a ditadura Vargas viesse a causar-lhe danos e á sua família, aceita o convite para lecionar Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia feito pelo Departamento de Estado americano. Muda-se para Berkley com toda a família.

O Mills College, de Oakland, Califórnia, onde dava aulas de Literatura e História do Brasil, confere-lhe o título de doutor Honoris Causa, em 1944. É publicado o compêndio “Brazilian Literature: An Outline”, baseado em palestras e cursos ministrados durante sua estada na Califórnia. Esse livro foi publicado no Brasil, em 1955, com o título “Breve história da literatura brasileira”.

Passa o ano de 1945 fazendo conferências em diversos estados americanos. Retorna ao Brasil.

Em 1946, publica “A volta do gato preto”, sobre sua vida nos Estados Unidos.

Inicia, em 1947, a escrever “O tempo e o vento”. Previsto para ter um só volume, com aproximadamente 800 páginas, e ser escrito em três anos, acabou ultrapassando as 2.200 páginas, sob a forma de trilogia, consumindo quinze anos de trabalho.  Traduz “Mas não se mata cavalo”, de Horace McCoy. Faz a primeira adaptação para o cinema de uma obra de sua autoria: “Mirad los lírios Del campo”, produção argentina  dirigida por Ernesto Arancibia que tinha em seu elenco Mauricio Jouvet e Jose Olarra.

No ano seguinte, dedica-se a ordenar as anotações que vinha guardando há tempos e dar forma ao romance “O continente”. Traduz “Maquiavel e a dama”, de Somerset Maugham.

”O continente”, primeiro volume de “O tempo e o vento”, é finalmente publicado, em 1949, recebendo muitos elogios da crítica. Recebe o escritor franco-argelino Albert Camus, autor de “A peste”, em sua passagem por Porto Alegre.

No ano de 1951, é lançado o segundo livro da trilogia “O tempo e o vento”: “O retrato”. O trabalho não tão bem recebido pela crítica como o primeiro livro.

Assume, em 1953, a convite do governo brasileiro, em Washington, E.U.A., a direção do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana, na Secretaria da Organização dos Estados Americanos, substituindo a Alceu Amoroso Lima.

No ano seguinte, é agraciado com o prêmio Machado de Assis, concedido pela Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto de sua obra. Lança “Noite”, novela que é traduzida na Noruega, França, Estados Unidos e Inglaterra. Visita, face às funções assumidas junto à OEA, diversos países da América Latina, proferindo palestras e conferências.

De volta ao Brasil, em 1956, lança “Gente e bichos”, coleção de livros para crianças. Sua filha casa-se com David Jaffe e vai morar nos Estados Unidos. Dessa união nasceriam seus netos Michael, Paul e Eddie.

Em 1957, publica “México”, onde conta as impressões da viagem que fizera àquele país.

”O arquipélago”, terceiro livro da trilogia “O tempo e o vento”, começa a ser escrito em 1958. Tem um mal-estar ao discursar na abertura de um congresso em Porto Alegre. Consegue se refazer e disfarçar o ocorrido.

Acompanhado de sua mulher e do filho Luis Fernando, faz sua primeira viagem à Europa, em 1959. Expõe sua defesa à democracia em palestras proferidas em Portugal e entra em choque com a ditadura salazarista. Lança “O ataque”, que reunia três contos: “Sonata”, “Esquilos de outono” e “A ponte”, além de um capítulo inédito de “O arquipélago”. Passa uma temporada na casa de sua filha, em Washington.

Dedica-se, em 1960, a escrever “O arquipélago”.

Em 1961, sofre o primeiro infarto do miocárdio. Após dois meses de repouso absoluto, volta aos Estados Unidos com sua mulher. Saem os primeiros tomos de “O arquipélago”.

O terceiro tomo de “O Arquipélago” é publicado em 1962, concluindo o projeto de “O tempo e o vento”. O volume é considerado uma obra-prima. Visita a França, Itália e a Grécia.

A mãe do biografado falece em 1963.

Em 1964, seu filho Luis Fernando casa-se com Lúcia Helena Massa, no Rio de Janeiro, cidade para a qual ele se mudara em 1962. Dessa união nasceriam Fernanda, Mariana e Pedro. Insurge-se contra o golpe militar e dirige manifesto a seus leitores em defesa das instituições democráticas. Recebe o título de “Cidadão de Porto Alegre”, conferido pela Câmara de Vereadores daquela cidade.

Ganha o Prêmio Jabuti – Categoria “Romance”, da Câmara Brasileira de Livros, em 1965, com o livro “O senhor embaixador”. Volta aos Estados Unidos.

A convite do governo de Israel, visita aquele país em 1966. Vai aos Estados Unidos, mais uma vez, visitar seus familiares. Escreve “O prisioneiro”, que seria lançado em 1967. A Editora José Aguilar, do Rio de Janeiro, publica, em cinco volumes, o conjunto de sua ficção completa. Desse conjunto faz parte uma pequena autobiografia do autor, sob o título “O escritor diante do espelho”.

”O tempo e o vento”, sob a direção de Dionísio Azevedo, com adaptação de Teixeira Filho, estreia na TV Excelsior, em 1967. No elenco, Carlos Zara, Geórgia Gomide e Walter Avancini.

É agraciado com o prêmio “Intelectual do ano” (Troféu Juca Pato”), em 1968, em concurso promovido pela “Folha de São Paulo” e pela “União Brasileira de Escritores”.

No ano seguinte, a casa onde Erico nascera, em Cruz Alta, é transformada em Museu Casa de Erico Verissimo. Lança “Israel em abril”.

Em 1971, é editado o livro “Incidente em Antares”.

Em 1972, comemorando os 40 anos de lançamento de seu primeiro livro, relança “Fantoches”, onde o autor acrescentou notas e desenhos de sua autoria.

Amplia sua autobiografia, publicada em 1966, fazendo surgir suas memórias — sob o título de “Solo de clarineta” — cujo primeiro volume é publicado em 1973.

O escritor falece subitamente no dia 28 de novembro de 1975, deixando inacabada a segunda parte do segundo volume de suas memórias, além de esboços de um romance que se chamaria “A hora do sétimo anjo”. 

Postumamente, é lançado, em 1976, “Solo de clarineta – Memória 2”, organizada por Flávio Loureiro Chaves.

”Olhai os lírios do campo”, com adaptação de Geraldo Vietri e Wilson Aguiar Filho, é a novela apresentada pela TV Globo, em 1980, sob a direção de Herval Rossano. No elenco, Cláudio Marzo e Nívea Maria.

A esposa do autor, Mafalda, e a professora Maria da Glória Bordini, da PUC-RS, iniciam a organização dos documentos por ele deixados, em 1982.

É instalado, no programa de Pós-Graduação em Letras da PUC-RS — como projeto de pesquisa do CNpQ, o Acervo Literário de Erico Verissimo, em 1984. A coordenação fica a cargo da professora Maria da Glória Bordini.

No ano seguinte, a Rede Globo leva ao ar a série “O tempo e o vento”, adaptação de Doc Comparato e Regina Braga, direção de Paulo José, com Glória Pires, Armando Bogus, Tarcísio Meira e Lima Duarte, entre outros.

Em 1986, o Museu de Cruz Alta torna-se Fundação Erico Verissimo.

O índice de toda a obra de Erico é informatizado através do Projeto Integrado CNpQ – Fontes da Literatura Brasileira, que o disponibiliza para consulta, em 1991.

Em 1994, seu filho Luis Fernando assume a presidência da Associação Cultural Acervo Literário de Erico Verissimo, entidade encarregada de cuidar de toda a documentação literária do escritor. “Incidente em Antares”, adaptado por Charles Peixoto e Nelson Nadotti, com direção de Paulo José e constando de seu elenco Fernanda Montenegro,e Paulo Betti, é apresentada pela Rede Globo.

A UFRS homenageia o autor, pela passagem dos 90 anos de seu nascimento, com uma mostra documental no salão de sua Reitoria. A PUC-RS realiza seminário internacional, coordenado por seu Programa de Pós-Graduação em Letras, em 1995.

Organizada por Maria da Glória Bordini, publica-se, em 1997, “A liberdade de escrever”, coletânea de entrevistas do autor sobre política e literatura.

Em 2002, a Globo inicia a edição definitiva da obra completa do autor. É inaugurado o Centro Cultural Erico Verissimo, destinado à preservação do Acervo Literário e da memória literária do Rio Grande do Sul.

Morre Mafalda Verissimo, viúva do escritor, em 2003.

Erico Verissimo será homenageado em enredo da Império da Tijuca em 2012

Foto: Divulgação

A Império da Tijuca vai desfilar em 2012 sob o enredo "Utopias - viagens aos confins da imaginação", do carnavalesco Severo Luzardo, que assina o segundo Carnaval da agremiação do Morro da Formiga.

A sinopse do enredo para o próximo Carnaval foi apresentado na noite desta quarta-feira, abordando os projetos que ficaram apenas na imaginação do homem e não foram efetivamente colocados em prática. 


Confira a sinopse, cujos autores são Severo Luzardo Filho e Julio Cesar Farias:


O Grêmio Recreativo Escola de Samba Educativa Império da Tijuca é a única escola que traz em seu nome a preocupação com a educação. E é isso que nossa escola tem feito em suas atividades e desfiles desde sua fundação.


Dando continuidade à sua função de transmitir conhecimento, após apresentar, em 2011, um enredo de cunho cultural que mostrava as formas de celebração do Carnaval pelo mundo, este ano nossa escola traz para a Passarela do Samba um enredo intrigante e inusitado, mas também com propriedades notadamente culturais. Com o enredo Utopias - Viagem aos confins da imaginação, faremos uma incursão nos mais extraordinários e mirabolantes lugares imaginados pela mente humana.

Vamos mergulhar em admiráveis mundos antigos e novos, em sociedades com feições e estruturas singulares, nos embrenhar na espantosa natureza de cada civilização criada pela ilimitada e desvairada imaginação do homem através do tempo. Vamos cantar outras terras, demarcadas pela beleza e anormalidade, mas coalhadas por muita gente interessante que contracena com personagens insólitos e apaixonantes.

Lugares utópicos deslumbrantes onde o tempo e o espaço desafiam a lógica para constituir reinos, províncias, regiões, povoados, cidades, países, mundos redimensionados, ambíguos e acolhedores, frutos do delírio de quem os concebeu.

Ao reconstruirmos esses locais fantasiosos, onde tudo é possível e o improvável acontece, pretendemos provocar o público, fazendo com que todos se sintam potenciais visitantes de outras dimensões, na tentativa de decifrar os enigmas da composição social dessas misteriosas terras lendárias.

Incitados a procurar, a examinar o que lhes chegam aos olhos, os foliões serão convidados, a todo instante, a achar respostas para indagações sobre a própria sociedade em que vivem. Estaremos, assim, instigando o imaginário coletivo, reforçando a dúvida do que seria o ideal de uma sociedade humana, contrapondo à representação de outras sociedades com características únicas.

Para isso, passarão pelo desfile do Império da Tijuca reinos encantados como Seráfia, Agartha e Lórien. Logradouros fabulosos, férteis terrenos da imaginação, universos descritos pela fantasia em Foxville, Cocanha e Calonack. Ilhas construídas e habitadas por personagens e acontecimentos maravilhosos como Utopia, Avalon, Kradac, Cantahar e Benzalém.

Vamos fazer uma viagem muito louca pelos mais diversificados e estranhos territórios imaginados por Garcia Marquez: Macondo; por Érico Veríssimo: Antares; por Manuel Bandeira: Pasárgada, e tantos outros criadores de utópicos reinos encantados.
Nessa expedição, teremos a emoção como bússola a nos guiar pelos recantos altaneiros banhados de alegria em Pirandria, de fulgor e cores em Celesteville, de extravagâncias e dos arroubos em Sabá.

São tantos os lugares projetados no futuro e no passado, os sentimentos tencionados, os desejos renovados quando se tratam de ambientes utópicos. Invenções? Sonhos? Devaneios? Alucinações? Ilusões? Isso pouco importa, pois o Carnaval também se baseia em conceitos utópicos, muitas vezes, criando enredos, inventando e dando vida a personagens, produtos da imaginação das sociedades, delas muito revelando.

Assim, com esse espírito de fantasiar e delirar ao extremo, o Império da Tijuca ganha a Sapucaí em 2012, para revelar mundos distantes criados a partir  de ideias utópicas difundidas ao longo dos séculos, alimentando o místico imaginário popular.

Senhores foliões, pedimos que deixem agora somente a fantasia dominar suas mentes. Anunciamos, neste momento, a última chamada para darmos início a nossa fabulosa viagem carnavalesca aos confins da imaginação! E convidamos a todos os presentes a embarcar nessa fascinante jornada por lugares incríveis, para participar dessa vibrante aventura, desbravando paisagens exóticas e diferentes e conhecer personagens fantásticos que povoam o pensamento da humanidade.

Fonte: Site de notícias SRZD

Apresentação

Assim como criei o Blog Jorge Amado, agora nasce também o blog Érico Verissimo para homenagear outro grande mestre da nossa Literatura. Uma homenagem mais que merecida ao nosso grande romancista criador de belas histórias e personagens marcantes.